Bem,eu li livro,basicamente de crônicas,e eu queria postar aqui um pequeno capítulo que eu achei muitooo interessante...
"Abro uma páginada minha agenda para demarcar mais uma vez o território de minha liberdade e dos meus deveres - que é onde ela começa a perder pé.
A fantasia não pede licença para desenrolar: logo vejo uma infinidade de mesas e escrivaninhas, cada uma com sua agenda,nela a floresta de compromissos, mal sobrando alguma trilha estreita para andar e respirar. (Nas folhas desta minha atual quero abrir entrelinhas para contemplar a ávore em flordiante da minha janela, ou pegar nos braços uma das crianças que povoam esta casa).
Vejo também agendas quase vazias onde se procura melancolicamente algo para quebrar o sem-sentido da vida: nem uma visita, uma data de aniversário, nenhum afeto nomeado, nem ao menos um pagamento nesses dias que parecem um deserto sem contornos.
Nem uma miragem ao longe?
Pessoalmente não vivo sem uma agenda, aquelas de bloco, ao lado do computador. Às vezes olhar a folhinha me dá alegria: um encontro bom, ou um dia inteiro só pra mim. Em outras folhas, um engarrafamento de garatujas (minha letra,horror dos professores desde os pimeiro anos de ecola) com mais compromissos do que o meu fundamental desejo de liberdade quereria.
Agenda pode ser tormento e prisão. Mas pode ser liberdade, se a gente inventar brechas: em plena tarde de semana, caminhar na calçada; sentar ao sol na varanda do apartamento; deitar na grama do parque ou jardim,por menor que ele seja, e como criança olhar as nuvens, interpretando suas formas: camelo,coelho,árvore,coração ou anjo.
Ou: quinze minutos para se recostar para trás na cadeira e espiar o céu fora da janela; ir até a sala, esticar-se no sofá com as pernas sobre o braço do próprio, e ouvir música, ver televisão, ler, ler, ler... ou simplesmente não fazer nada.
O ócio é um possibilidade infinita a ser explorada.
Não falo da inércia, do desânimo, do vazio melancólico. Jamais falarei de ficar de robe velho e pantufas pela casa até o meio da tarde.
Falo de VIVER.
Parar, olhar, escutar, dizia um aviso nos trilhos do trem quando havia trem em minha cidade e Porto Alegre. A gente passava de carro sobre o trilho, e eu imaginava o horror de alguém infringir isso e ser explodido pelo monstro de ferro e fumaça.
A vida há de rolar por cima da gente, reduzindo a poeirinha inútil quem se esquecer de às vezes parar e pensar...mas sem desmontar; olhar em torno ou para dentro: paisagens belas ou áridas (sempre há de plantar um capim) ou quem sabe coloridas ( a alma pode brincar de esconde-
esconde entre as folhas).
E escutar: a música do universo o canto do sabiá ( que tem começado às 3 da madrugada fria, atarantado nesse clima estranho); a risada da criança no andar de cima; enfim, o chamado da vida que nos convoca de mil formas: anda, sai do marasmo, viveeeeeeeeee!!
Que nossas agendas (também as interiores) nos permitam muitas vezes a plenitude do nada sorvido como um gole de champanha, celebrando tudo.
Sem culpa"
(Lya LuftPensar é transgredir)
Sabe,hoje eu passei a tarde fazendo companhia à minha bisavó que está internada,e enquanto ela dormia eu tinha esse livro na minha bolsa e resolvi lê-lo (nunca tinha lido,ele estava guardado na minha estante há algum tempo,e por alguma razão eu o coloquei na minha bolsa),e de repente me deparei com esse texto,achei muito interessante pq retrata justamente muitas coisas que hoje perderam lugar na nossa vida,que é justamente VIVER...
E à medida que eu lia eu fui vendo o quanto deixamos de viver,os momentos que deixamos passar despercebidos mas que fazem toda diferença...
E então resolvi portar o texto no blog para que quando lermos possamos dar mais valor aquilo que merecem valor.

A fantasia não pede licença para desenrolar: logo vejo uma infinidade de mesas e escrivaninhas, cada uma com sua agenda,nela a floresta de compromissos, mal sobrando alguma trilha estreita para andar e respirar. (Nas folhas desta minha atual quero abrir entrelinhas para contemplar a ávore em flordiante da minha janela, ou pegar nos braços uma das crianças que povoam esta casa).
Vejo também agendas quase vazias onde se procura melancolicamente algo para quebrar o sem-sentido da vida: nem uma visita, uma data de aniversário, nenhum afeto nomeado, nem ao menos um pagamento nesses dias que parecem um deserto sem contornos.
Nem uma miragem ao longe?
Pessoalmente não vivo sem uma agenda, aquelas de bloco, ao lado do computador. Às vezes olhar a folhinha me dá alegria: um encontro bom, ou um dia inteiro só pra mim. Em outras folhas, um engarrafamento de garatujas (minha letra,horror dos professores desde os pimeiro anos de ecola) com mais compromissos do que o meu fundamental desejo de liberdade quereria.
Agenda pode ser tormento e prisão. Mas pode ser liberdade, se a gente inventar brechas: em plena tarde de semana, caminhar na calçada; sentar ao sol na varanda do apartamento; deitar na grama do parque ou jardim,por menor que ele seja, e como criança olhar as nuvens, interpretando suas formas: camelo,coelho,árvore,coração ou anjo.
Ou: quinze minutos para se recostar para trás na cadeira e espiar o céu fora da janela; ir até a sala, esticar-se no sofá com as pernas sobre o braço do próprio, e ouvir música, ver televisão, ler, ler, ler... ou simplesmente não fazer nada.
O ócio é um possibilidade infinita a ser explorada.
Não falo da inércia, do desânimo, do vazio melancólico. Jamais falarei de ficar de robe velho e pantufas pela casa até o meio da tarde.
Falo de VIVER.
Parar, olhar, escutar, dizia um aviso nos trilhos do trem quando havia trem em minha cidade e Porto Alegre. A gente passava de carro sobre o trilho, e eu imaginava o horror de alguém infringir isso e ser explodido pelo monstro de ferro e fumaça.
A vida há de rolar por cima da gente, reduzindo a poeirinha inútil quem se esquecer de às vezes parar e pensar...mas sem desmontar; olhar em torno ou para dentro: paisagens belas ou áridas (sempre há de plantar um capim) ou quem sabe coloridas ( a alma pode brincar de esconde-

E escutar: a música do universo o canto do sabiá ( que tem começado às 3 da madrugada fria, atarantado nesse clima estranho); a risada da criança no andar de cima; enfim, o chamado da vida que nos convoca de mil formas: anda, sai do marasmo, viveeeeeeeeee!!
Que nossas agendas (também as interiores) nos permitam muitas vezes a plenitude do nada sorvido como um gole de champanha, celebrando tudo.
Sem culpa"
(Lya LuftPensar é transgredir)
Sabe,hoje eu passei a tarde fazendo companhia à minha bisavó que está internada,e enquanto ela dormia eu tinha esse livro na minha bolsa e resolvi lê-lo (nunca tinha lido,ele estava guardado na minha estante há algum tempo,e por alguma razão eu o coloquei na minha bolsa),e de repente me deparei com esse texto,achei muito interessante pq retrata justamente muitas coisas que hoje perderam lugar na nossa vida,que é justamente VIVER...
E à medida que eu lia eu fui vendo o quanto deixamos de viver,os momentos que deixamos passar despercebidos mas que fazem toda diferença...
E então resolvi portar o texto no blog para que quando lermos possamos dar mais valor aquilo que merecem valor.